segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Esterilização Masculina: VASECTOMIA



Método Contraceptivo



O que é a esterilização masculina?

A esterilização masculina é considerado um método irreversível, e por isso, apenas indicado para homens e casais convictos que não querem ter mais filhos. Este anticoncepcional é conseguido através de uma cirurgia designada por vasectomia, na qual são seccionados 2 pequenos tubos (canais deferentes) que transportam o esperma dos testículos para o pénis. Deste modo, não há espermatozóides no esperma quando o homem ejacula. Habitualmente esta cirurgia é feita sob anestesia local e dura cerca de 15 minutos.

Quais as vantagens da esterilização masculina?



  • É um método anticoncepcional permanente, que se consegue após uma cirurgia simples, sob anestesia local, e habitualmente sem efeitos adversos ou riscos para a saúde do homem;

  • Não interfere com a relação, nem com o desempenho sexual;

  • Pode melhorar a satisfação sexual, uma vez que elimina o receio de uma gravidez não desejada;

  • A eficácia pode ser avaliada a qualquer momento (mediante espermograma).


Quais as desvantagens da vasectomia?


  • Ao contrário da esterilização feminina, a vasectomia não é imediatamente eficaz após a cirurgia. São necessários por vezes 3 ou mais meses até que todos os espermatozóides desapareçam do canal deferente que ficou a jusante do corte. Enquanto isso não acontece o casal deverá utilizar outro método anticoncepcional até que existam 2 contagens de espermatozóides negativas;

  • Podem surgir algumas complicações imediatas (embora raras), como infecção, hemorragia ou hematoma do escroto;

  • Não protege contra as DTS.

Qual a eficácia da esterilização masculina?

Como acontece com a esterilização feminina, também a vasectomia não tem total eficácia. A muito baixa taxa de insucesso (cerca de 1%o), deve-se essencialmente à reunião espontânea das extremidades cortadas do canal deferente.

domingo, 7 de outubro de 2007

Crianças portuguesas geradas com espermatozóides espanhóis

Cerca de 15% da população sofrem de infertilidade. Em Portugal, serão cerca de meio milhão as pessoas afectadas.




Os métodos de procriação medicamente assistida são utilizados em Portugal há pelo menos 20 anos. Através destes métodos nascem, por ano e em média, cerca de 650 crianças.

Mas, para os cerca de 50 casos em que foi necessário recorrer a dadores de esperma, os espermatozóides foram importados de Espanha, pois a falta de regulamentação não permite que existam bancos no nosso país. Pela mesma razão, todos os anos cerca de uma centena de mulheres do Norte do país viajam até Espanha para receberem ovócitos.

Só após 20 anos de prática foi publicada (ano 2006) uma lei sobre a Reprodução Medicamente Assistida (RMA), que prevê a criação de um Conselho Nacional de Reprodução Assistida, a quem competirá, no futuro, regulamentar todas as práticas e ainda os registos dos tratamentos efectuados no nosso país.

Para Silva Carvalho, especialista em infertilidade, "o acesso não é fácil. Na Zona Sul os centros são insuficientes. A Norte já não é assim, o Hospital de Gaia não tem lista de espera e o Hospital de S. João praticamente não tem lista de espera". No entanto, acrescentou, "o acesso é muito burocratizado".

A opção pelo privado não é fácil, já que envolve custos elevados. Uma RMA pode custar entre 500 e 4240 euros, para além da medicação, que já com comparticipação do Estado de cerca de 40%, custa cerca de 1000 euros. Valores que são suportados pelo Serviço Nacional de Saúde, quando o tratamento é feito nos hospitais.

Também diz “(…) há um declínio da reprodução humana, com a diminuição da qualidade dos gâmetas e dos espermatozóides, pelo tipo de vida que temos e também porque as mulheres são mães cada vez mais tarde".





Publicado no dia 9 de Abril, no Jornal de Notícias

http://jn.sapo.pt/2007/04/09/primeiro_plano/criancas_portuguesas_geradas_esperma.html



Reflexão:
Ao ser criado um Conselho Nacional de Reprodução Assistida em Portugal, é mais fácil o acesso à informação da RMA, nomeadamente a sua regulamentação.
Uma solução para os casais portugueses inférteis é a criação de um banco de dadores de gâmetas. Assim, estes milhões de pessoas afectadas teriam o mesmo acesso a estas práticas.
Outra dificuldade com que a população se depara é a falta de instituições públicas para este tipo de tratamento (RMA). Se este número aumentasse por todo o país, as pessoas teriam o mesmo acesso a esta realidade.
Actualmente os estilos de vida exercem uma “pressão” na saúde do Homem, alterando a qualidade e viabilidade da saúde dos órgãos, nomeadamente da reprodução humana.

Glossário


Alelo dominante - um alelo que expressa os seus efeitos fenotípicos, mesmo nos heterozigóticos;

Alelo recessivo - os seus efeitos fenotípicos não se verificam nos heterozigóticos, mas apenas nos homozigóticos recessivos;

Anexos embrionários - permitem a fixação e nutrição do ser em desenvolvimento;

Células de Sertoli células de suporte no interior dos túbulos seminíferos, criando as condições essenciais à produção de espermatozóides;

Células de Leydig – responsáveis pela produção de testosterona nos espaços intersticiais;

Ciclo ovárico - reinicia-se, em média, todos os 28 dias, com o desenvolvimento de uma célula reprodutora feminina;

Ciclo uterino - modificações cíclicas no revestimento interno uterino, em resposta a sinais hormonais do ovário;

Contracepção - acto de evitar uma gravidez indesejada;

Corpo lúteo (amarelo) - resulta da evolução do folículo após expulsar o oócito II;

Crioconservação de gâmetas e de embriões - ultracongelamento de gâmetas e embriões, a temperaturas na ordem dos -190ºC (em azoto líquido), permitindo o seu congelamento por longos períodos de tempo;

Embrião - ser em desenvolvimento durante uma gravidez até ao 2º mês, passando a designar-se por feto a partir do 2º mês e até ao parto;

Espermatídeo – espermatozóide ainda imaturo, que resulta da meiose de um espermatócito I;

Espermatócito – célula localizada nos túbulos seminíferos que, por divisão meiótica, forma os espermatídeos;

Espermatogénese – processo de diferenciação das espermatogónias em espermatozóides, que ocorre nos testículos e implica divisões meióticas e mitóticas;

Espermatogónia – célula diplóide presente nos túbulos seminíferos, a partir da qual se formam os espermatozóides;

Espermatozóide – célula reprodutora haplóide masculina, que apresenta mobilidade para fecundar a célula feminina;

Estrogénio - conjunto de hormonas produzidas pelo desenvolvimento dos folículos;

Fecundação - fusão do gâmeta feminino (oócito II) com o gâmeta masculino (espermatozóide) formando-se o ovo ou zigoto;

Fenótipo - característica detectável que resulta da manifestação do genótipo (um ou mais caracteres);

Folículo de Graaf - composto pelo oócito II rodeado por diversas camadas celulares, com destaque para as células foliculares;

Folículo primordial - forma-se durante o desenvolvimento embrionário, contendo um oócito primário;

Gametogénese – processo de formação de gâmetas que incluiu a espermatogénese e oogénese;

Genótipo - composição alélica específica de um indivíduo, para um dado gene ou para um grupo de genes;

Heterozigótico - indivíduo que apresenta alelos diferentes num mesmo locus em cromossomas homólogos;

Homozigótico - indivíduo que apresenta o mesmo alelo num mesmo locus em cromossomas homólogos;

Hormonas hipofisiárias – produzidas pela hipófise, actuando nos sistemas reprodutores masculino e feminino;

Hormona hipotalâmica – é produzida no hipotálamo e condiciona a produção de outras hormonas pela hipófise;

Métodos contraceptivos - conjunto de técnicas que têm por objectivo evitar a gravidez;

Nidação - fixação do blastocisto à parede interna do útero (endométrio);

Oogénese - inicia-se durante o desenvolvimento embrionário, e, mais tarde, por meiose, produz oócitos maduros, desde a puberdade até à menopausa;

Ovários - gónadas femininas que produzem as células reprodutoras femininas, juntamente com hormonas;

Ovulação - libertação de um oócito II, de um dos ovários, 14 dias após o início do desenvolvimento do folículo;

Oxitocina - uma das principais hormonas que provoca o trabalho de parto, secretada pela hipófise;

Progesterona - hormona sintetizada pelo corpo lúteo e que afecta o revestimento uterino;

Prolactina - hormona produzida pela hipófise que estimula a produção e libertação de leite materno;

Reacção acrossómica - série de eventos em que o acrossoma degrada a parede do oócito II, permitindo a fecundação;

Reprodução assistida - conjunto de técnicas que visam obter uma gestação substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo; técnicas e métodos que visam ultrapassar os problemas de infertilidade do casal;

Retroalimentação – mecanismo hormonal que permite o controlo da concentração de diversas hormonas dentro de intervalos fixos e estáveis;

Testículos – gónadas masculinas que produzem os espermatozóides e a hormona sexual masculina (testosterona). Nos humanos localizam-se externamente, no escroto;

Testosterona – hormona sexual masculina produzida nos testículos;

Túbulos seminíferos – pequenos tubos enrolados, localizados nos testículos, onde ocorre a produção de espermatozóides.