segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Daltonismo



O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.


O distúrbio, que era desconhecido até ao século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X contenham o gene anómalo).



Os portadores do gene anómalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda de função parcial ou total destes, normalmente associada à diminuição de pigmento nos fotoreceptores que deixam de ser capazes de processar diferencialmente a informação luminosa de cor.


Genética

A mutação genética que provoca o daltonismo sobreviveu pela vantagem dada aos daltónicos ao longo da história evolutiva. Essa vantagem advém, sobretudo, do facto de os portadores desses genes possuírem uma melhor capacidade de visão nocturna, bem como maior capacidade de reconhecerem elementos semi-ocultos, como animais ou pessoas disfarçadas pela sua camuflagem.



Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados no cromossoma X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais frequentemente nos homens que nas mulheres. Estima-se que 8% da população seja portadora do distúrbio, embora apenas 1 % das mulheres sejam atingidas.



No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D, bastará um simples gene recessivo para que ele seja daltónico, o que não acontece com o sexo feminino pois, para ser daltónica, uma mulher precisa ter os dois genes recessivos dd.

  • Se a mãe não for daltónica nem portadora (DD) e o pai possuir visão normal (D), nenhum dos descendentes será daltónico nem portador.

  • Se a mãe possuir visão normal (DD) e o pai for daltónico (d), nenhum dos descendentes será daltónico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd).

  • Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), há a probabilidade de 50% dos filhos serem daltónicos e 50% das filhas serem portadoras do gene.

  • Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai for daltónico (d), 50% dos filhos e das filhas serão daltónicos.

  • Se a mãe for daltónica (dd) e o pai possuir visão normal (D), todos os filhos serão daltónicos (d) e todas as filhas serão portadoras (Dd).

  • Se a mãe for daltónica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas também serão daltónicos.


Curiosidades




  • O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como descrito num artigo publicado pela BBC Online;

  • Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores;

  • Durante a 2ª Guerra Mundial descobriu-se que os soldados daltónicos tinham mais facilidade para detectar camuflagens ocultas na mata;

  • Os daltónicos possuem uma visão nocturna superior a de uma pessoa com visão normal;

  • Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta que as pessoas de visão normal;

  • A maioria dos daltónicos não sabe que possui esta anomalia;

  • A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra;

  • O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo;

  • A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de europeus;

  • Os daltónicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores;

  • Normalmente as cores predilectas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas;

  • Para os daltónicos o arco-íris não possui 7 cores.

Fontes:

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