quarta-feira, 4 de junho de 2008

CO2 na origem de 20 mil mortes/ano

Um cientista de Universidade de Stanford, Estados Unidos, conseguiu relacionar, pela primeira vez, os efeitos que a emissão de dióxido de carbono (CO2) tem na mortalidade humana, através do aumento da temperatura média do ar.

As suas conclusões indicam que por cada grau Celsius a mais provocado pelas emissões de CO2, mais de 20 mil pessoas morrem por ano, em todo o mundo, devido à poluição resultante. Os Estados Unidos e, em particular, o estado da Califórnia, são os mais afectados por esta relação entre a poluição, a temperatura e a saúde pública.

"Esta é uma relação de causa e efeito, não uma simples correlação", explicou o autor do estudo, Mark Jacobson, acrescentando que "este estudo é o primeiro a isolar o efeito do CO2 do conjunto de outros agentes de aquecimento global, e a concluir, quantitativamente, que as alterações químicas e meteorológicas provocadas pelo próprio CO2 aumentam a mortalidade devido ao aumento de ozono, partículas e cancerígenos na atmosfera".

O modelo informático desenvolvido durante 18 anos por Jacobson é já considerado como o mais avançado e complexo na análise das condições atmosféricas. Isto porque é capaz de determinar a quantidade de ozono e partículas atmosféricas que tiveram origem, exclusivamente, na emissão de CO2.

O ozono provoca e agrava doenças respiratórias, efisemas e asma. "O ozono é um gás extremamente corrosivo, que causa erosão em estátuas e pneus, por exemplo. Por isso, imagine-se o que faz aos pulmões quando em alta concentração", sublinhou o autor de Stanford.

A originalidade do trabalho de Jacobson tem a ver com o facto de ter incluído as emissões de CO2 de origem humana. Depois, calculou os efeitos do aumento da temperatura - provocado pelo CO2 - na poluição, nomeadamente a subida da produção de ozono em áreas urbanas e o aumento de vapores nocivos.

"Esses vapores provocam uma humidade que permite que outros gases - como o ácido nítrico, sulfúrico e hidroclórico - se dissolvam nas partículas atmosféricas", alerta ainda Jacobson, que conclui: "O próximo passo lógico é reduzir o dióxido de carbono. Isso reduziria os seus efeitos climatéricos e melhoraria a saúde das pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo".

Fonte: http://dn.sapo.pt/2008/01/05/ciencia/co2_origem_20_mortesano.html

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