quinta-feira, 5 de junho de 2008

Óleos Alimentares e o ambiente

A eliminação dos óleos alimentares nos dias de hoje oferece risco elevado para meio ambiente, uma vez que estes quando lançados pela rede de esgotos ou depositados em aterro, provocam impactes negativos elevados.

Dados relativos ao nosso Pais, mostram que em cerca de 125 mil toneladas deste resíduo, apenas 3000 são recolhidas.

Relativamente ao óleo alimentar é possível este ser utilizado para fabricar sabão, ou produção de combustível para motores a diesel. Outra hipótese, é a sua reciclagem, a fim de se obter biodisel .

A utilização deste óleo em motores diesel oferece vantagens a nível da qualidade do ar, sobretudo no que se refere à emissão de partículas,enxofre e nulidade no que se refere a dióxido de carbono. Mesmo quando os ésteres são usados em mistura com gasóleo, as emissões de partículas sofrem uma redução até aos 40%. Os ésteres contêm pouco enxofre (menos de 0,05% contra os 0,26% do gasóleo) e não possuem compostos aromáticos.

Por outro lado, não contribuem para GEE, Além de que é alternativa em relação ao combustíveis fosseis.

Salienta-se porém, que estes óleos ao resultarem da fritura de alimentos, não mantém as suas propriedades originais, dado que este sofre transformações: partículas em suspensão devido a restos de comida, em termos químicos passam a ser polisaturados devido ao aquecimento(acima de 180ºC).

Lembra-se o Eng. Rudolf Diesel que já em 1911 escreveu e chamava a atenção para a utilização de óleo alimentar nos motores a diesel. Em 1900 numa Exposição em Paris, foi apresentado um pequeno motor a Diesel que trabalhava com óleo de amendoim e note-se que ninguém se deu conta de que assim se tratava.

Porém a utilização directa levanta alguns inconvenientes, desde formação de depósitos nos injectores, entupimentos,desgaste devido aos ácidos livres, fumos,consumo superior, arranque menos favorecidos.

Uma das alternativas colocadas foi usar ésteres resultantes da transesterificação dos óleos vegetais. O uso de ésteres apresenta algumas vantagens importantes, e testes provam que este pode ser usado directamente:


  • Menor viscosidade

  • Filtrabilidade a temperaturas baixas

  • Maior índice de cetano (por vezes superior ao gasóleo)

  • Arranque a frio mais fácil

  • Motores mais silenciosos

Já existem certificações de produtos para o uso de ésteres em algumas marcas de automóveis, sobretudo: Audi, Volskwagen, Peugeot, Mercedes, Volvo ,BMW, Ford e a Chrisler.

Utilizando fracções de 10% de biodisel e 90% de gasóleo é possível o uso directo em qualquer motor, sem que este tenha que ser sujeito a ajustes.

Se as vantagens são tão evidentes, então porque não se rentabiliza esta medida, sobretudo nos centros urbanos, onde o tráfego é intenso?

Em termos económicos é importante criar um ambiente político económico favorável à adopção generalizada como substituto do gasóleo. Presentemente, o biodiesel é importado de Espanha, mas recorde-se que em tempos houve uma acção para aproveitamento do óleo de girassol plantado na região alentejana com a sua posterior transesterificação e utilização na frota de autocarros da Carris. O governo considerou inviável esta medida, dado que não contabilizou os subsídios associados à colheita, mas apenas ao preço da sua sementeira e colheita e preço final de óleo.

Se a reciclagem do óleo oferece vantagens ambientais, sociais e económicas, não seria justo promover a sua reciclagem?

Porque não sensibilizar as pessoas e os restaurantes, como responsáveis dos resíduos que produzem a tratá-los de forma conveniente? Afinal para que serve a lei, se ela é ignorada por todos?

Fonte: http://www.ideiasambientais.com.pt/oleos_alimentares.html

Há 216 produtos do dia-a-dia que causam cancro

Pelo menos 216 substâncias químicas com as quais convivemos diariamente em produtos de limpeza ou cosméticos, na poluição do ar e até na alimentação fast food estão na origem do cancro da mama, demonstram centenas de estudos feitos em animais.

Este é um dos veredictos do estudo mais abrangente de sempre sobre esta questão, que demonstra também "a necessidade de fazer pesquisas sobre substâncias que nunca foram testadas, de desenvolver métodos de investigação mais sensíveis e de estender os estudos a idades a mais precoces", como afirmou ao DN Ruthann Rudel, investigadora do Silent Spring Institute e co-autora desta pesquisa.

Publicado este mês na revista científica americana Cancer, o estudo fez a revisão detalhada de mais de 900 artigos científicos nesta área, constantes em cinco bases de dados norte-americanas e internacionais, e reúne assim pela primeira vez toda a informação científica disponível sobre as potenciais substâncias químicas causadoras de cancro da mama.

Com esse levantamento exaustivo, a equipa produziu uma base de dados sobre as substâncias carcinógenas (especificamente para o cancro da mama), na qual constam todos os artigos científicos e a sua revisão pela equipa, que pode ser consultada aqui: www.silentspring.org/sciencereview.

Bases de dados de acesso livre

O objectivo deste banco de dados de acesso livre é duplo, explicam os autores do trabalho. Por um lado, a ideia é dar à comunidade científica uma base de trabalho para novas pesquisas. Por outro, sublinham no artigo, na Cancer, "é possível a partir daqui restringir a exposição a estas substâncias que causam cancro da mama em animais", já que, notam ainda, "os dados de estudos animais são uma indicação importante para a saúde humana", recomendando precaução.

Neste levantamento, a equipa identificou ainda quatro grupos de substâncias que, de acordo com estudos científicos publicados, são potenciais causadoras de cancro da mama nas mulheres.

Das 216 substâncias químicas agora identificadas como causando cancro da mama em animais, 73 estão presentes na alimentação como aditivos ou como contaminantes, 35 são poluentes atmosféricos, 25 estão associados a exposição laboral, em indústrias de plásticos ou tintas, entre outras, e 29 foram identificadas como sendo produzidos em grandes quantidades nos países industrializados, como os Estados Unidos da América.

Uma pesquisa complexa

Não foi por acaso, sublinham os autores do trabalho, que o cancro da mama se tornou nas últimas décadas o mais frequente nas mulheres dos países industrializados.

Este tumor maligno tem aliás uma taxa de incidência cinco vezes superior nestes países, em comparação com os outros.

Por outro lado, alerta ainda a equipa, "há cerca de 80 mil substâncias químicas, mas apenas um milhar foi testada" para os seus potenciais efeitos, em termos de cancro da mama. É necessário, dizem, estender a pesquisa a outras substâncias.

Obter provas directas dos efeitos cancerígenos das substâncias químicas, no cancro da mama em particular, não é fácil, no entanto, e exige um trabalho mais exaustivo do que o que tem sido feito até agora.

Como explicou ao DN Ruthann Rudel, uma das autoras do estudo, "é preciso estudar um grupo grande e bem definido de pessoas, com um alto nível de exposição, que tenha sido muito bem documentado durante vários anos".

É que, adiantou, "a maioria das substâncias químicas identificadas como carcinógenas para os seres humanos foram-no no contexto de estudos ocupacionais, mas não forneceram dados sobre o cancro da mama, uma vez que a sua maioria foi feita em homens", explicou .

O trabalho agora publicado na revista Cancer foi financiado pela Susan Komen for The Cure (instituição dos EUA para a prevenção e cura desta doença) e realizado por cientistas do Silent Spring Institute, das universidades de Harvard e de Southern Califórnia e ainda do Roswell Park Cancer Institute, nos EUA.

Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/05/21/sociedade/ha_produtos_diaadia_causam_cancro.html

Usar fraldas para revestir tectos e produzir energia

Reaproveitar o plástico e produzir energia eléctrica através dos resíduos orgânicos das fraldas. É isto que permite a tecnologia Knowaste, aplicada já em países como a Holanda, o Reino Unido ou a Austrália, e agora em vias de ser aplicada em Portugal.

Ao conseguir aproveitar a totalidade dos componentes das fraldas, este sistema permite por exemplo aplicar o plástico na composição de revestimentos de telhas.

Os restos orgânicos das fraldas são decompostos através de um processo de digestão anaeróbia que, ao libertar biogás, serve para produzir energia eléctrica. Para além do aproveitamento dos materiais, a reciclagem diminui o grave problema ambiental que é a deposição destes lixos nos aterros e a possibilidade de contaminação dos recursos subterrâneos como a água e o solo.

O processo Knowaste desinfecta o material das fraldas e separa mecanicamente os componentes individualmente para que a pasta de madeira e o plástico possam depois ser reciclados e aplicados noutros produtos.

Em Portugal, a tecnologia Knowaste é representada por uma empresa nacional que já apresentou uma proposta à Agência Portuguesa do Ambiente. A Tecnoexpor prevê a criação de uma unidade com capacidade para tratar 100 mil toneladas de fraldas, ou três centros mais pequenos - para 40 mil toneladas - espalhados pelo Norte, Centro e Sul do País, de modo a reduzir os custos do transporte. Aura Carvalho, da empresa Tecnoexpor, afirmou ao DN que esta tentativa de implementação de uma unidade no nosso país já decorre há dois anos.

Mas para que a unidade funcione terá de ser criada uma entidade gestora deste fluxo de resíduos, de modo a evitar o seu encaminhamento para os aterros.

Para já, a Tecnoexpor quer apostar na recolha de fraldas e materiais sanitários nos grandes produtores, como os hospitais, as creches e os infantários.

Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/09/30/sociedade/usar_fraldas_para_revestir_tectos_e_.html

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Contaminação dos solos

A intensidade com que os solos realizam cada uma das suas funções é extremamente importante para a sua sustentabilidade. A degradação do solo reduz a sua disponibilidade e viabilidade a longo prazo, reduzindo ou alterando a sua capacidade para desempenhar funções a ele associadas. A perda de capacidade do solo para realizar as suas funções, deixando de ser capaz de manter ou sustentar a vegetação, é designada por desertificação.

As principais ameaças sobre o solo são a erosão, a mineralização da matéria orgânica, redução da biodiversidade, a contaminação, a impermeabilização, a compactação, a salinização, o efeito degradante das cheias e dos desabamento de terras. A ocorrência simultânea de algumas destas ameaças aumenta os seus efeitos, apesar de haver diferentes intensidades regionais e locais (os solos não respondem todos da mesma maneira aos processos de degradação, dependendo das suas próprias características).

As práticas agrícolas e silvícolas têm assim um impacte importante sobre o solo agrícola, podendo também ter impacte em solos adjacentes não agrícolas e águas subterrâneas, nomeadamente em termos de emissão de substâncias contaminantes.

Os contaminantes podem ser armazenados no solo, mas a sua libertação subsequente pode seguir padrões muito diferenciados. Alguns, como os pesticidas, poderão vir a ultrapassar os limites da capacidade de armazenamento e de efeito tampão do solo, causando a danificação/perda de algumas das funções deste, a contaminação da cadeia alimentar, dos vários ecossistemas e recursos naturais, pondo em risco a biodiversidade e a saúde humana. Para avaliar o potencial impacte dos contaminantes do solo, há que ter em conta não só a sua concentração mas também o seu comportamento no ambiente e o mecanismo de exposição ao Homem. A contaminação do solo pode ser diferenciada, de acordo com a sua fonte de origem, em local e difusa.

A contaminação local (ou pontual) está geralmente associada a fontes confinadas, tanto em funcionamento como depois de encerradas: exploração mineira, instalações industriais, aterros sanitários, entre outras, representando riscos para o solo e água, caso os solos não estejam devidamente impermeabilizados e a descarga de contaminantes não seja controlada.

A poluição difusa (causada por fontes difusas) está geralmente associada à deposição atmosférica, a certas práticas agrícolas, reciclagem e tratamento inadequados de águas residuais e resíduos, sendo o seu principal efeito o colapso do efeito tampão do solo.

A partir do momento em que a contaminação de um determinado local é considerada um problema há que estabelecer objectivos de remediação e seleccionar as técnicas de tratamento adequadas. Assim, a descontaminação pode envolver processos térmicos, físico-químicos e biológicos.

Portugal tem 8% dos solos são de boa qualidade, 25% de qualidade moderada e 66% de baixa qualidade; em cerca de 90% do território nacional, 69% dos solos possuem risco elevado de erosão, 24% risco intermédio e apenas 5% dos solos são dificilmente erodíveis; a área relativa do território nacional com risco potencial elevado de erosão é quase o dobro do mesmo indicador para a União Europeia; as áreas relativas dos solos com risco elevado de erosão variam significativamente no país, com maiores valores na região de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo; 72% dos solos são impróprios para a agricultura, restando assim 28%, dos quais apenas 10% possuem capacidade de uso elevada.

Podemos assim constatar que, se por um lado, a variabilidade do solo exige a incorporação de um forte elemento local nas políticas respectivas, por outro, também é necessária a incorporação de um componente global, pelas consequências mais amplas do solo, nomeadamente em termos de segurança alimentar, protecção das águas e biodiversidade, devendo ainda ter-se em atenção o facto do solo, ao contrário do ar e da água, estar geralmente sujeito a direitos de propriedade, dificultando a aplicação de políticas de protecção e conservação, pois requer a aceitação de proprietários e gestores de terras.
Fontes:

CO2 na origem de 20 mil mortes/ano

Um cientista de Universidade de Stanford, Estados Unidos, conseguiu relacionar, pela primeira vez, os efeitos que a emissão de dióxido de carbono (CO2) tem na mortalidade humana, através do aumento da temperatura média do ar.

As suas conclusões indicam que por cada grau Celsius a mais provocado pelas emissões de CO2, mais de 20 mil pessoas morrem por ano, em todo o mundo, devido à poluição resultante. Os Estados Unidos e, em particular, o estado da Califórnia, são os mais afectados por esta relação entre a poluição, a temperatura e a saúde pública.

"Esta é uma relação de causa e efeito, não uma simples correlação", explicou o autor do estudo, Mark Jacobson, acrescentando que "este estudo é o primeiro a isolar o efeito do CO2 do conjunto de outros agentes de aquecimento global, e a concluir, quantitativamente, que as alterações químicas e meteorológicas provocadas pelo próprio CO2 aumentam a mortalidade devido ao aumento de ozono, partículas e cancerígenos na atmosfera".

O modelo informático desenvolvido durante 18 anos por Jacobson é já considerado como o mais avançado e complexo na análise das condições atmosféricas. Isto porque é capaz de determinar a quantidade de ozono e partículas atmosféricas que tiveram origem, exclusivamente, na emissão de CO2.

O ozono provoca e agrava doenças respiratórias, efisemas e asma. "O ozono é um gás extremamente corrosivo, que causa erosão em estátuas e pneus, por exemplo. Por isso, imagine-se o que faz aos pulmões quando em alta concentração", sublinhou o autor de Stanford.

A originalidade do trabalho de Jacobson tem a ver com o facto de ter incluído as emissões de CO2 de origem humana. Depois, calculou os efeitos do aumento da temperatura - provocado pelo CO2 - na poluição, nomeadamente a subida da produção de ozono em áreas urbanas e o aumento de vapores nocivos.

"Esses vapores provocam uma humidade que permite que outros gases - como o ácido nítrico, sulfúrico e hidroclórico - se dissolvam nas partículas atmosféricas", alerta ainda Jacobson, que conclui: "O próximo passo lógico é reduzir o dióxido de carbono. Isso reduziria os seus efeitos climatéricos e melhoraria a saúde das pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo".

Fonte: http://dn.sapo.pt/2008/01/05/ciencia/co2_origem_20_mortesano.html

domingo, 1 de junho de 2008

As pragas dos Pombos

Por ano, cerca de 80 a 90 pessoas contraem tuberculose aviária, por contacto com pombos urbanos. Estas aves que habitam nas cidades e outras áreas urbanas são um risco para a saúde humana e também animal. Em 2005, mais de cinco mil suínos de criação foram também contaminados com tuberculose pelos pombos urbanos.

Um problema de saúde animal que levou a Direcção-Geral de Veterinária (DGV) a pedir medidas de controlo da população destas aves a autarquias e empresas, então com bons resultados. "Houve uma intervenção muito séria, mas em 2006 começou a abrandar", explica Fernando Bernardo, da DGV. Assim, este ano, já há "indícios" de poder vir a aumentar o número de animais contaminados, admite o responsável, o que levanta "receios que dentro de um a dois anos, voltemos a ter o mesmo problema e que tenhamos de voltar a apelar à aplicação de medidas".


O circuito de risco dos pombos para a saúde de outros animais está identificado: começa nos portos, onde é efectuada a descarga de cereais e leguminosas a usar depois na alimentação animal. Como os porões ficam abertos vários dias para descarga, os pombos abastecem-se frequentemente, entrando assim em contacto com os cereais. Em alguns casos, chegam a morrer nos porões e os cadáveres acabam por ficar misturados com os produtos e incorporados nas rações animais.


Com os humanos, o problema está sobretudo na população fisicamente mais debilitada, como os sem-abrigo ou toxicodependentes, que dormem debaixo das arcadas de edifícios ou passam o dia à porta de igrejas - locais também muito procurados por pombos. Outros possíveis focos de contaminação de pessoas por doenças dos pombos, como a clamidiose, estão em repuxos de água que sejam partilhados.


Os riscos dos pombos para a saúde, humana e animal, assim como para o património - já que as fezes destes animais são muito ácidas e, por isso, altamente corrosivas para os monumentos onde tendem a instalar-se as aves -, levaram já várias câmaras municipais a tomar medidas de controlo das po-pulações. Mas, explica Fernando Bernardo, " as autarquias têm uma sensibilidade muito variável e muitas acham que a gestão das populações de aves não é muito importante, até que são confrontadas com o problema".


O número de casos de doenças em animais de criação - cuja origem foi possível rastrear até aos pombos - levantou a preocupação em 2005 e levou a DGV a alertar autarquias e empresas, nomeadamente as de transporte de cereais, para a necessidade de medidas no manuseamento dos produtos. "Os pombos reproduzem-se na mesma proporção da disponibilidade de alimentação. Se se diminuir a comida, reduz-se a população", explica o responsável.


Os casos críticos são, por exemplo, os portos de Lisboa e o de Leixões. Só neste último local, foram eliminados mais de 30 mil pombos. A DGV é responsável por assegurar que o processo cumpre as normas comunitárias , em termos de captura, abate e tratamento dos sub-produtos, ou seja, dos cadáveres, que são classificados como de risco máximo e, por isso, incinerados.


Para o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, os pombos colocam "riscos que podem ser controlados". Em qualquer situação, explica, "a doença surge na sequência do contacto e da exposição". Por isso, por exemplo, "o risco será maior para pessoas que sejam alérgicas a penas dos pombos ou que sofram de asma" e vivam em zonas de alguma concentração, como centros históricos. Contudo, conclui, "a grande sensibilização a fazer em relação ao espaço público, tem a ver com todos os seres vivos que partilham as nossas cidades".


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Corantes contribuem para a hiperactividade

Os corantes e aditivos alimentares, que se encontram em diversas bebidas, doces e bolos, aumentam o nível de hiperactividade nas crianças, revela um estudo britânico publicado ontem na revista Lancet.

Investigadores da Universidade de Southampton efectuaram testes em 153 crianças de três anos e 144 crianças de 8-9 anos, submetidas a um cocktail com aditivos alimentares geralmente presentes na alimentação, correspondendo à dose diária de uma criança comum. Os resultados demonstram a ligação com a hiperactividade, embora os responsáveis alertem para o facto de esta doença ter outras causas, inclusivamente genéticas, e que não pode ser totalmente evitada apenas por uma alimentação saudável.

Nos últimos 30 anos, vários estudos apontavam para o facto de corantes artificiais e outros aditivos poderem contribuir para um comportamento impulsivo e défice de atenção das crianças. A hiperactividade nas crianças pequenas geralmente antecede problemas de aprendizagem, sobretudo na leitura, e comportamento anti-social.

Mas a investigação ontem publicada na prestigiada revista Lancet foi realizada com muito rigor e não será fácil negar as suas conclusões. O professor Jim Stevenson, que conduziu a pesquisa, garante que ela demonstra claramente uma mudança de comportamento nas crianças que consumiram uma série de aditivos.

Os aditivos envolvidos no estudo tinham o conservante benzoato de sódio (referenciado como E211 na União Europeia) e diferentes corantes alimentares: cor de laranja amarelado (E110), carmim (E122), cor de vinho (E102), cor de papoila 4R (E124), amarelo quinoleína (E104) e allura red AC (E129). Nenhum deles é proibido em Portugal. Com agências

Fonte: http://ciberia.aeiou.pt/?st=8178
http://dn.sapo.pt/2007/09/07/sociedade/corantes_contribuem_para_a_hiperacti.html

Aditivos Alimentares

O que são?

Aditivo alimentar é toda a substância, que tendo ou não valor nutritivo, não é naturalmente um género alimentício ou ingrediente característico dele.
Um género alimentício é toda a substância usada como alimento ou bebida humana, exceptuando os medicamentos, bem como todas as substâncias utilizadas na preparação ou composição dos alimentos humanos, sem exclusão dos simples condimentos.
Estão actualmente em uso cerca de 3500 aditivos. Os aditivos para alimentos devem ser aprovados antes de poderem ser utilizados na produção de alimentos. Assim qualquer aditivo aprovado pela união europeia começa pela letra E e é constituído por mais 3 dígitos.

Para que servem?

A adição intencional destas substâncias destina-se sempre a alterar características de um determinado alimento. Por exemplo, conferir-lhe uma maior durabilidade ou agradabilidade sensorial, para que se torne mais apetecível ao consumidor. Esta manipulação pode ser feita em qualquer fase de obtenção, tratamento, acondicionamento, transporte ou armazenagem de um género alimentícios.

Que tipos de aditivos existem?

Consoante os aditivos são produzidos artificialmente pelo Homem, ou já existem naturalmente na Natureza, dividem-se em artificiais ou sintéticos e naturais, como por exemplo o ácido ascórbico (Vitamina C).

Podemos ainda dividir os aditivos segundo a sua natureza química e assim temos:
  • Antioxidantes
  • Ácidos orgânicos e sais deles derivados

  • Açúcares
  • Álcoois

  • Sais inorgânicos
  • Gases esterilizantes

No entanto, a divisão mais significativa é feita com base nas finalidades de cada aditivo.

Apresentam-se de seguida os diferentes grupos.














Que consequências trazem para a saúde?


Todos os aditivos autorizados pela União Europeia foram laboratorialmente estudados de forma a conhecer os seus efeitos secundários e estabelecer limites máximos de tolerância a estas substâncias.



Outros aditivos alimentares não autorizados, como por exemplo todos os aditivos do grupo Sudan (i.e. I, II, III, IV), que pertencem ao grupo dos corantes azóicos, são altamente nocivos do ponto de vista toxicológico. Estes corantes são corantes industriais, utilizados na coloração de plásticos e outros materiais sintéticos, sendo por isso mais baratos e estáveis que os corantes alimentares pelo que eram usados na indústria alimentar

Existem ainda aditivos alimentares autorizados que quando tomados em doses excessivas às recomendadas têm como consequência reacções alérgicas graves (exemplo: E102) e podem ser até cancerígenos, como é o caso dos nitratos de potássio.
Como conhecer os efeitos secundários?

A autoridade de Segurança Alimenta e Económica (ASAE), põe à disposição do consumidor a lista de todos os aditivos autorizados pela U.E. assim com os conhecidos efeitos secundários. Esta lista é útil ao consumidor se suspeitar da inocuidade de algum aditivo ou se for clinicamente diagnosticado alergias específicas a determinados aditivos alimentares.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Actividade Enzimática

Metabolismo Celular – conjunto de reacções químicas que ocorrem numa célula. É através do metabolismo que é feita a gestão de recursos materiais e energéticos da célula. O metabolismo celular inclui reacções de:

  • Catabolismo – moléculas complexas são convertidas em moléculas mais simples, com libertação de energia.
  • Anabolismo – síntese de moléculas complexas a partir de moléculas simples, com gasto de energia.

As reacções de catabolismo e anabolismo relacionam-se de tal forma que a energia libertada pelas primeiras é utilizada nas segundas.

Para que ocorra uma reacção química, tem de se verificar a ruptura de ligações químicas nas moléculas dos reagentes e a formação de novas ligações químicas que dão origem aos produtos de reacção. A energia necessária para uma reacção química se iniciar é a energia de activação (Ea).

A absorção de energia torna as moléculas dos reagentes instáveis, aumenta a sua energia cinética e a probabilidade de colidirem e aumenta a agitação dos átomos, enfraquecendo as ligações entre eles; atinge-se um estado de transição a partir do qual a reacção química é iniciada.

Nas células, ocorrem reacções químicas que envolvem moléculas muito estáveis e cuja Ea é elevada. No entanto, não pode ser o calor a fornecer a Ea, uma vez que causaria a desnaturação das proteínas e a morte celular, e as reacções têm de ser rápidas.

Uma reacção não catalisada depende do choque aleatório entre os reagentes. Como uma enzima possui uma estrutura muito específica pode ligar-se ao substrato e diminuir a aleatoriedade.

As células possuem catalizadores – agentes químicos capazes de acelerar as reacções químicas sem serem consumidos durante esse processo.

Estrutura e propriedades das enzimas

As enzimas são catalizadores biológicos que apresentam as seguintes características:

  • aumentam a velocidade das reacções químicas, pois diminuem a energia de activação necessária para que as reacções se iniciem;
  • não são consumidas nas reacções químicas que catalizam;
  • são moléculas proteícas, com conformação tridimensional. Algumas necessitam de elementos não proteícos para a sua acção catalítica;
  • são específicas, devido à sua natureza proteíca.

Na ausência de enzimas, as reacções ocorreriam, mas com velocidades inferiores, o que não suportaria as propriedades da vida como a conhecemos.

Natureza química das enzimas:

  • porção proteíca maioritária (propriedades idênticas às proteínas) – pode ser total ou então constituir a apoenzima.
  • Cofactores:
    iões metálicos (metaloenzima)
    moléculas orgânicas (coenzima)
  • apoenzima + coenzima = holoenzima

A molécula sobre a qual a enzima actua é o substrato.

As enzimas são proteínas com uma conformação tridimensional e possuem uma região através da qual se estabelece a ligação ao substrato – centro activo.

A ligação do substrato ao centro activo da enzima forma o complexo enzima-substrato. As ligações que se estabelecem no complexo são fracas, mas suficientes para desencadear a conversão do substrato em produtos. Os produtos deixam o centro activo e a enzima fica livre para catalizar a transformação de outro substrato.

Centro activo:

  • É uma pequena porção da enzima;
  • Tem estrutura tridimensional. A alteração da estrutura própria do local activo produz inactivação enzimática, em consequência da desnaturação proteíca;
  • Os substratos ligam-se ao local activo por ligações químicas;
  • Os locais activos são fendas ou frestas, onde se cria um microambiente próprio para o mecanismo de catálise;
  • São altamente específicos. O substrato deve ter uma estrutura complementar para se ajustar ao local activo.

Muitas enzimas provocam a quebra de ligações nos substratos, enquanto outras promovem a formação de ligações, pois conseguem aproximar correctamente os substratos de modo a que estes reajam e formem uma ligação.

Numa reacção química catalisada por uma enzima, e como resultado da sua actividade, verifica-se ao longo do tempo:

  • a diminuição da concentração do substrato;
  • a diminuição, seguida de estabilização, da concentração de enzima livre;
  • o aumento, seguido de estabilização, do complexo enzima-substrato;
  • o aumento da concentração de produto.

A estabilização das concentrações de enzima livre e de complexo enzima-substrato reside no facto da velocidade de formação do complexo enzima-substrato igualar a velocidade de dissociação.

A complementaridade entre o substrato e o centro activo da enzima está na origem da especificidade de acção enzimática. É possível distinguir:

  • Especificidade absoluta – A enzima actua apenas sobre um determinado substrato;
  • Especificidade relativa – A enzima actua sobre um conjunto de substratos quimica e estruturalmente relacionados.

A especificidade absoluta pode ser interpretada pelo modelo chave-fechadura, proposto por Fisher no final do século XIX, e que considera o centro activo da enzima uma estrutura rígida e pré-complementar do substrato.

Em 1959, Koshland propôs o modelo de encaixe induzido, que considera que o centro activo da enzima interage, de uma forma dinâmica, com o substrato, ajustando-se a ele quando se estabelece a ligação. Este novo modelo permitiu explicar a especificidade relativa de algumas enzimas.

Fonte: http://biohelp.blogs.sapo.pt/1800.html

Fermentação

Fermentação – processo anaeróbio em que ocorre a produção de ATP, a partir de compostos orgânicos, numa série de reacções redox, que não envolvem uma cadeia transportadora de electrões. A fermentação envolve menores ganhos energéticos já que apenas se formam 2 moléculas de ATP por molécula de glicose, enquanto que na respiraçãoaeróbia se formam 36 ATP.

Etapas da fermentação:
  • Glicólise: a glicose é oxidada e formam-se duas moléculas de ácido pirúvico. O agente oxidante é o NAD que é transformado em NADH. O saldo energético é de duas moléculas de ATP.
  • Redução do ácido pirúvico: o ácido pirúvico, ou moléculas orgânicas que se formam a partir dele, são aceptoras dos electrões do NADH, o que permite regenerar o NAD . O NAD pode, assim, voltar a ser utilizado na oxidação da glicose com formação de 2 ATP. Os produtos finais da fermentação dependem da molécula orgânica que é produzida a partir do ácido pirúvico.

Existem vários tipos de fermentação, o que depende da molécula orgânica que é aceptora do hidrogénio na fase de redução do ácido pirúvico.

Fonte: http://biohelp.blogs.sapo.pt/1800.html

Microorganismos e Indústria Alimentar

A interacção entre microorganismos e alimentos tem como consequências:

  • a produção de certos alimentos com características específicas, como resultado de processos de fermentação;

  • a deterioração dos alimentos, que se tornam impróprios para consumo humano, como resultado da utilização dos nutrientes para o crescimento dos próprios microorganismos.

A indústria alimentar tem em conta a relação entre microorganismos e alimentos através das seguintes intervenções:

  • utilização de microorganismos na produção de certos alimentos, por fermentação;

  • utilização de microorganismos como fonte de enzimas para o processamento de alimentos;

  • desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos de conservação de alimentos que retardam a sua deterioração devido à actividade de microorganismos ou outros factores;

  • desenvolvimento de técnicas de melhoramento de alimentos ou de produção de novos alimentos.

Fonte: http://biohelp.blogs.sapo.pt/1800.html

terça-feira, 11 de março de 2008

Plantas transgénicas têm menos genes alterados

Os processos utilizados na agricultura intensiva para melhoramento agrícola provocam mais alterações nas plantas do que a engenharia genética. Ainda assim, se o controlo do produto final é rigoroso para os transgénicos, não o é para as restantes plantas.

As conclusões deste estudo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQBUNL) levam os investigadores dos dois institutos a defender uma "avaliação caso a caso do produto final e não a tecnologia utilizada para se chegar a esse produto". "Só dessa forma se poderá garantir uma verdadeira segurança alimentar", referiu ao JN Rita Baptista.

A investigadora sublinhou que o resultado do estudo "não indica se determinadas plantas são mais perigosas e outras menos". A questão passa muito mais pela quase inexistência de controlo de umas e o controlo de outras. Isto é, "no mercado existem mais de 1500 espécies que chegam ao prato de toda a gente que não são avaliadas".

Planta de arroz

Os cientistas orientaram o seu estudo na planta de arroz. Compararam os resultados entre as plantas geneticamente modificadas, as transgénicas, e as plantas cujas sementes foram irradiadas com raios gama (mutagénese), uma técnica utilizada na agricultura convencional desde o início do século passado.

Os resultados mostraram que "o número de genes alterados nas plantas cujas sementes foram alvo de irradiação é pelo menos duas vezes maior que no caso das plantas transgénicas", salientou Rita Baptista, acrescentando que este resultado manteve-se "mesmo quando as plantas analisadas são já descendentes de décimo grau da planta que foi modificada".

O objectivo principal da investigação era tentar perceber se fazia sentido fazer uma avaliação diferencial de segurança alimentar de alimentos obtidos por mutagénese em comparação com os transgénicos.

"E contrariamente à engenharia genética, em que se introduz um único gene para promover uma determinada característica, na mutagénese o objectivo é originar alterações na planta para depois escolher as que possuem melhores características. Essas são depois cruzadas e recruzadas até que entram no mercado".

Pouca segurança

A questão essencial passa exactamente pela entrada no mercado. Pois, apesar de se considerar que técnicas como a irradiação gama, ou agentes químicos podem ser arriscadas, estes "produtos, porque não são alterados em laboratório (ou seja sem o uso da engenharia genética), não são considerados Organismos Geneticamente Modificados (OGM)", frisou Rita Baptista.

Essas plantas, cerca de 1500 espécies, são assim "facilmente aceites no mercado sem qualquer controlo, ao contrário do que se passa com os OGM, para os quais existe legislação muito apertada", acrescentou a investigadora do INSA, que defende medida igual para todas.

O estudo foi recentemente publicado na revista científica dos EUA "Procedings of the Nacional Academy of Sciences".

segunda-feira, 10 de março de 2008

Biotecnologia: Anticorpo de VIH obtido a partir do milho pode servir para evitar transmissão

Um consórcio internacional de grupos de investigação obteve a partir do milho uma molécula que actua como anticorpo do vírus da sida e pode constituir um tratamento tópico de prevenção "eficaz e de baixo custo".

Os investigadores conseguiram gerar em sementes de milho grandes quantidades da molécula 2G12, considerada "um dos anticorpos mais promissores" do VIH (vírus da imunodeficiência humana), através de engenharia genética.

Este trabalho, divulgado no número desta semana da revista norte-americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences"), destaca "as valiosas propriedades farmacêuticas" daquela molécula microbicida e sugere a sua aplicação tópica vaginal como meio de evitar a transmissão do vírus da sida.

O estudo refere que o mesmo anticorpo do VIH pode também ser obtido em sementes de outras plantas.

Segundo o coordenador do consórcio, Paul Christou, do Departamento de Produção Vegetal e Ciência Florestal da Universidade de Lleida (Espanha), este método de produção da molécula abre caminho a um fármaco "muito mais barato" do que os fabricados até agora com elevados custos a partir de culturas de células de mamíferos.

Na sua perspectiva, esse fármaco poderá constituir no futuro uma "estratégia muito eficaz" de tratamento contra o VIH sobretudo em África, onde se estima existirem 22,5 milhões de infectados, depois da realização de ensaios clínicos.

"Os nossos dados mostram que a capacidade de neutralização do VIH do anticorpo é igual ou superior à do mesmo anticorpo produzido em células CHO (de hamster chinês)", lê-se no estudo. "Concluímos que este sistema de produção da proteína pode fornecer um meio de fabricar um ingrediente microbicida a custos que permitirão a introdução e a produção do produto no mundo em desenvolvimento".

Este trabalho, de carácter filantrópico, foi financiado pela União Europeia com 12 milhões de euros e contou com a participação de 39 grupos europeus de investigação. Entre os seus autores contam-se cientistas de Espanha, Alemanha, Áustria, Grécia e Reino Unido.

Gene de peixes ligado à leucemia humana

Conclusão é de um estudo de investigadores portugueses

Um gene que controla a proliferação celular nos primórdios do olho dos vertebrados poderá ter a mesma função nas células sanguíneas, o que sugere novas terapias para a leucemia humana, segundo um estudo de investigadores portugueses, escreve a Lusa.

O gene estudado neste trabalho, que utiliza como modelo o peixe-zebra, é o «meis1», o mesmo que em humanos parece estar envolvido em certos tipos de tumores, como as leucemias.

«Muitas leucemias são causadas pela manutenção inadequada desse gene», disse à agência Lusa Fernando Casares, investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, e coordenador da equipa responsável pelo estudo, que incluiu colegas em Espanha e na Noruega.

O peixe-zebra - um pequeno peixe de água doce de fácil manutenção, comum em aquários caseiros - foi escolhido como modelo para este trabalho devido à sua grande utilidade para os biólogos.

Além de ter o genoma totalmente sequenciado e haver instrumentos para a sua manipulação genética, o embrião e a larva são transparentes, permitindo examinar directamente ao microscópio o seu desenvolvimento.

Neste animal, os investigadores incidiram a sua atenção no olho e em particular na retina, que é uma parte especializada do sistema nervoso, mas tem uma organização mais simples do que o cérebro, por exemplo, explicou o investigador.

A formação das células do olho no peixe-zebra resulta da proliferação de células inicialmente indistintas que se vão diferenciando num processo controlado pelo gene meis1.

Quando é removido células proliferam menos

«Quando o meis1 é removido por meios genéticos, essas células do olho proliferam menos e o olho resultante fica muito reduzido», disse Fernando Casares, que faz também investigação no Centro Andaluz de Biologia do Desenvolvimento (CABD) da Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha.

Curiosamente, o meis1 intervém nas fases iniciais do desenvolvimento normal do sangue e, tal como acontece com o olho, a sua expressão é desligada para permitir que as percursoras das células do sangue se diferenciem.

Todavia, sublinhou o cientista, se o meis1 continuar «ligado», as células do sangue continuam a proliferar e tornam-se incapazes de desempenhar as suas funções normais.

Embora não exista ainda uma explicação clara da ligação do meis1 à leucemia, o estudo, embora realizado no olho, sugere que esse gene poderá controlar a proliferação dos percursores das células do sangue ao agir sobre duas proteínas que estimulam a divisão celular.

Sendo assim, conclui Fernando Casares, «esta função poderá ser alvo de novas terapias».

O estudo vem publicado na última edição da revista bimensal Development, especializada em biologia.


quarta-feira, 5 de março de 2008

Organismos Geneticamente Modificados

Organismos geneticamente modificados (OGM) são aqueles cujo material genético foi deliberadamente alterado pelo ser humano através de técnicas de biotecnologia.

A transformação do genoma de uma planta ou animal pode ser feita utilizando apenas material genético que a espécie já possui, através da alteração de determinados genes ou da realização de cópias de genes de modo a duplicar o seu efeito. Alternativamente, pode-se inserir no genoma de um ser vivo, um ou mais genes de espécies diferentes. Os OGM que foram produzidos por este segundo método são chamados de transgénicos e o seu objectivo é conferir determinadas propriedades a um ser vivo que este anteriormente não possuía e que estão presentes noutra espécie.

Neste momento já se produzem OGM muito diversos, incluindo animais (dos ratos aos peixes), plantas, fungos, bactérias e outros microrganismos. As razões para a sua produção são igualmente variadas, desde uma aplicação puramente científica, uma vez que as técnicas da engenharia genética permitem responder a questões fundamentais sobre o funcionamento dos genes, à produção de produtos farmacêuticos. No entanto, neste momento a aplicação mais generalizada e polémica dos OGM é na agricultura.

A produção de OGM existe desde o início da década de 1980, mas só em 1992, na China, foi plantada comercialmente a primeira variante transgénica de uma planta, neste caso tabaco tolerante a um herbicida específico. A partir de meados da década de 1990, algumas culturas transgénicas, em especial o milho e a soja, começaram a proliferar, e ficou claro que não tardaria muito tempo para que uma generalização destas culturas estivesse em curso, bem como o alargamento da aplicação da engenharia genética a outras espécies. Desde então foi gerada uma enorme polémica em torno dos perigos e das potenciais vantagens da utilização de OGM.


Vantagens e desvantagens das culturas agrícolas geneticamente modificadas

O incremento das culturas geneticamente modificadas tem provocado uma acesa polémica envolvendo cientistas, agricultores, ambientalistas, políticos, grupos económicos e os próprios consumidores. Para além das questões económicas, sociais, ambientais e de saúde, a produção de transgénicos levanta também questões de ética, sendo muito sensível a discussão sobre o direito que a espécie humana tem (ou não) de criar seres vivos desta forma, alterando o seu ADN de uma forma que nunca aconteceria por um processo natural.

É um tema em que não nos podemos sequer refugiar na suposta verdade ou neutralidade científica, uma vez que a própria comunidade científica está muito dividida, Por um lado os biotecnólogos defendem em bloco o uso de transgénicos, por outro lado os ecólogos alertam para os perigos desta técnica e aconselham prudência.

Os defensores dos OGM advogam que a produtividade da agricultura pode ser aumentada pela maior facilidade na eliminação de ervas daninhas e insectos prejudiciais, pela eliminação do risco de que os herbicidas danifiquem as próprias culturas como por vezes acontece com na agricultura convencional. Além disso, alguns dados apontam para que o uso de pesticidas seja inferior na agricultura com transgénicos do que na agricultura convencional, o que poderia gerar impactos negativos mais reduzidos. No entanto, muitas entidades questionam o rigor destes dados, uma vez que já que as plantas são resistentes aos herbicidas, pode-se usar e abusar destes.


Um dos principais argumentos usados a favor dos OGM é de que pode passar a ser possível implementar culturas agrícolas onde antes era impossível devido a condições ambientais adversas (clima, solos pobres, falta de água), sobretudo nos países mais pobres. Isto, teoricamente, poderia ajudar a resolver, localmente, alguns problemas de fome e sub-nutrição das populações. Outro argumento é o de se poder criar variantes dos produtos agrícolas com suplementos nutricionais, como é o caso do arroz dourado, uma variante à qual foram adicionados genes responsáveis pela produção de vitamina A. Assim, esperar-se-ia suprir carências nutricionais de algumas populações asiáticas cuja base da alimentação é o arroz, evitando-se problemas de saúde, como a cegueira causada por hipovitaminose. No entanto, existe o argumento de que existem recursos suficientes no planeta para que a população possa ser alimentada sem recurso a transgénicos, estes têm é que ser bem distribuídos.

Além disso, existem várias preocupações relativamente às culturas de OGM, relacionadas com a saúde humana, com o equilíbrio dos ecossistemas e com problemas sócio-económicos.

Efeitos dos OGM na saúde

Alergias
Pelo menos algumas variedades de OGM são responsáveis pelo aparecimento de alergias, através do seu consumo, causadas pela presença de genes capazes de produzir proteínas alergénicas. A produção de uma variedade de soja que continha uma proteína da castanha brasileira foi suspensa devido a este problema.

Resistência a antibióticos
A engenharia genética utiliza genes que conferem imunidade a certos antibióticos como marcadores para identificação das células modificadas. Isto causa alguma preocupação, já que existe a possibilidade de que esta resistência possa passar para bactérias dentro do corpo humano, tornando mais difícil o controlo de doenças. É quase consensual que estes marcadores devem ser abandonados e substituídos por outros.

Outros efeitos
O uso de produtos geneticamente modificados na alimentação humana é ainda muito recente, existindo, obviamente, muitas lacunas no conhecimento. Assim, não é de excluir a possibilidade de que possam aparecer outros efeitos nefastos associados ao consumo de transgénicos. Deve portanto ser exercida alguma prudência nesta matéria até os estudos científicos serem mais conclusivos.

Principiais culturas agrícolas geneticamente modificadas

As principais culturas com OGM são a soja, o milho, o algodão e a colza. Outras culturas transgénicas são o tabaco, a chicória, a alfalfa, o trigo, o arroz, o melão, a papaia, a abóbora, o tomate, o girassol, a beterraba, as lentilhas e flores como o cravo.


domingo, 2 de março de 2008

Peixes fluorescentes geneticamente modificados funcionam como indicadores biológicos

Peixes geneticamente modificados podem ser úteis na identificação de poluentes da água, ao mostrar uma dada cor na presença de um poluente específico.

Cientistas de Singapura estão a usar tecnologia genética para desenvolver peixes fluorescentes, que poderão ser usados para detectar a poluição das águas. Pensa-se conseguir criar em laboratório peixes geneticamente modificados de 5 cores diferentes. O objectivo é conseguir peixes indicadores que tomem uma certa cor na presença de um dado poluente.

Os cientistas inseriram genes para proteínas verdes e vermelhas fluorescentes, em peixes-zebra, que normalmente são pretos e brancos, e pela presença na água de químicos específicos, nomeadamente metais pesados, estes genes são activados, fazendo-os exibir a coloração verde e vermelha.

Reflexão:

Neste caso, os peixes fluorescentes geneticamente modificados são uma mais valia para os cientistas identificarem poluentes da água.


Fonte: http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=2663&iLingua=1

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Fundamentos de Engenharia Genética

Tecnologia de DNA recombinante

Permite combinar na mesma molécula de DNA genes provenientes de fontes diferentes, mas não necessariamente de espécies diferentes, dando origem a uma molécula de DNA recombinante (DNAr).

Baseia-se na utilização de ferramentas moleculares como as enzimas de restrição, as ligases do DNA e os vectores.

Enzimas de restrição – reconhecem determinadas sequências de DNA e cortam a molécula nesses locais. As zonas de restrição correspondem a sequências de DNA curtas e simétricas que se lêem da mesma forma nas duas cadeias na direcção 5'-3'.



  • As enzimas de restrição são bastante específicas e ocorrem naturalmente em bactérias. Protegem as bactérias dos ataques dos vírus, uma vez que reconhecem e cortam sequências específicas do DNA viral, inactivando-o. O DNA bacteriano está protegido da actividade das enzimas de restrição.

  • A actividade das enzimas de restrição dá origem a fragmentos de DNA em dupla hélice – fragmentos de restrição - com extremidades em cadeia simples – extremidades coesivas.

  • Verifica-se complementaridade de bases do DNA nas extremidades coesivas de diferentes fragmentos de restrição obtidos com a mesma enzima.

As extremidades coesivas emparelham através de ligações de hidrogénio entre bases complementares e podem unir-se pela actividade de ligases do DNA que catalizam a formação de ligações fosfodiéster.

Vector – entidade, constituída por DNA, que transfere o DNA de uma célula ou de um organismo dador para uma célula ou um organismo receptor.

  • Os vectores mais utilizados são os plasmídeos e os bacteriófagos.
  • Os plasmídeos são pequenas moléculas circulares de DNA que ocorrem naturalmente em algumas bactérias, leveduras e células vegetais.
  • Os plasmídeos ligam-se a determinados compostos, tornando-os mais densos, permitindo a sua separação por centrifugação.


Processo de obtenção e expressão de uma molécula de DNAr:

  1. Selecciona-se uma molécula de DNA dadora, contendo o gene com interesse que se pretende transferir e clonar, e um vector adequado.
  2. A molécula de DNA e o vector são tratados com a mesma enzima de restrição, que corta as duas moléculas em regiões com a mesma sequência de nucleótidos.
  3. Misturam-se os fragmentos de restrição da molécula de DNA e o vector e juntam-se ligases do DNA. O vector e os fragmentos de restrição emparelham pelas extremidades coesivas, que são complementares, e a ligase estabelece a ligação.
  4. O vector, contendo o DNA dador, é transferido para uma célula ou organismo receptor.
  5. O DNA dador é incorporado no genoma da célula ou organismo receptor, que passa a possuir um DNA recombinante.
  6. Um meio selectivo ou testes químicos permitem identificar as células que exprimem o gene desejado. No processo descrito formam-se fragmentos de restrição que não têm o gene desejado e nem todas as células receptoras incorporam o DNA dador.

Aplicações do DNA recombinante (DNAr):

  • Investigação fundamental: torna possível isolar genes de organismos complexos e estudar as suas funções a nível molecular.
  • Obtenção de OGM: os OGM são organismos em cujo genoma foram introduzidos genes que conferem características vantajosas.

Fonte: http://biohelp.blogs.sapo.pt/2575.html

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Radiações podem causar cancro

Estão por todo o lado: telemóveis, rádio, televisão, postes de alta tensão, radares, electrodomésticos, internet sem fios... E as crianças são mais vulneráveis. Mas, para que o pior aconteça, tem de haver uma exposição muito elevada. Governo quer proteger populações.

O relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para avaliar a exposição da população aos campos electromagnéticos revela que existem riscos para a saúde. O documento, divulgado pelo Correio da Manhã, alerta para a radiação emitida por antenas de telemóveis, rádio e televisão, linhas de distribuição de electricidade, assim como radares de aeroporto. A DGS diz que o objectivo é alterar e criar leis que protejam a população.

Os malefícios dependem da intensidade e do tempo de exposição, mas, ainda assim, existe risco de leucemia e tumores. Os técnicos da DGS dizem mesmo que «é considerado como possível que uma intensa exposição aos campos electromagnéticos nas habitações possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia infantil e que esta exposição nos locais de trabalho possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia e tumores cerebrais em adultos».

O estudo feito pela Direcção-Geral de Saúde mostra que a absorção de radiações faz-se com mais facilidade em cabeças mais pequenas e em caixas cranianas mais finas. Ainda assim, os especialistas, segundo o Correio da Manhã, sublinham que estes efeitos apenas se reflectem com radiações «de uma intensidade suficientemente elevada para produzir efeitos térmicos».

Lembram, no entanto, que «as radiações são omnipresentes. Não existe risco zero». Para além de todos os objectos já referidos, basta pensar também nos pequenos electrodomésticos, na internet sem fios, nos sistemas de protecção nos estabelecimentos comerciais e de detecção nos aeroportos e nos radares na estrada.

A exposição a radiações, sublinham os especialistas, pode igualmente conduzir à libertação de cálcio no sistema nervoso, provocando perturbação das emoções, da memória e do sono. Este é aliás, um campo, que deve merecer prioridade nas investigações.

José Robalo confirmou ainda que a exposição «descontrolada» a campos electromagnéticos nas habitações pode ser prejudicial. «Havendo um acompanhamento e um rigor na avaliação desse risco o problema não se põe», acrescentou.

O objectivo, esclareceu à RTP-N, é alterar e criar leis que garantam que os produtos que emitem radiações não sejam prejudiciais à população.

Reflexão:

Hoje em dia, estamos constantemente expostos a variadíssimas radiações, pelo que devemos tomar as devidas precauções, evitando exposições exageradas.

Fontes:

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Factores de Risco de Cancro

Muitas vezes, os médicos não conseguem explicar porque é que uma pessoa desenvolve cancro e outra não. No entanto, a investigação demonstra que determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro. Globalmente, os factores de risco mais comuns, para o cancro, são apresentados em seguida:

  • Envelhecimento

  • Tabaco
  • Luz solar

  • Radiação ionizante

  • Determinados químicos e outras substâncias

  • Alguns vírus e bactérias

  • Determinadas hormonas

  • Álcool

  • Dieta pobre, falta de actividade física ou excesso de peso.

Muitos destes factores de risco podem ser evitados. Outros, como por exemplo a história familiar, não podem; como tal, é importante referir sempre ao médico quaisquer dados clínicos familiares relevantes que existam na família.


Relativamente aos factores de risco conhecidos, que não sejam "familiares" (como a exposição excessiva à luz solar, o tabaco, o álcool, a dieta rica em gorduras, a falta de exercício físico, etc.) deve, sempre que possível, evitá-los.


Com o passar do tempo, vários factores podem agir conjuntamente, para fazer com que células normais se tornem cancerígenas.


Em seguida, será apresentada informação mais detalhada sobre os factores de risco mais comuns para cancro:



Envelhecimento

O factor de risco mais importante para ter cancro é o envelhecimento. A maioria dos cancros ocorre em pessoas com mais de 65 anos. No entanto, o cancro pode surgir em pessoas de todas as idades, incluindo crianças.

Tabaco

O uso do tabaco é a causa de morte que mais se pode prevenir. Em Portugal, todos os anos morrem cerca de 3100 pessoas com cancro do pulmão.

Usar produtos de tabaco ou estar regularmente em contacto com o fumo (fumador ambiental, passivo ou secundário), aumenta o risco de cancro.

É mais provável que os fumadores desenvolvam cancro dos pulmões, laringe, boca, esófago, bexiga, rins, garganta, estômago, pâncreas ou colo do útero, do que os não fumadores. Também é mais provável que desenvolvam leucemia mielóide aguda (tumor que tem início nas células do sangue).

Deixar de fumar é importante para qualquer pessoa que use tabaco, mesmo para pessoas que fumaram durante muitos anos; o risco de ter cancro em pessoas que deixam de fumar é menor do que o risco das pessoas que continuam a fumar; no entanto, o risco de ter cancro é, geralmente, mais baixo nas pessoas que nunca fumaram.

Para pessoas que já tiveram cancro, deixar de fumar pode reduzir a probabilidade de terem outro cancro.

Luz solar

A radiação ultravioleta (UV) provém do sol, de lâmpadas solares e de câmaras de bronzeamento; provoca envelhecimento precoce da pele e alterações que podem originar cancro de pele.

Os médicos encorajam as pessoas de todas as idades a limitar o tempo de exposição ao sol, bem como a evitar outras fontes de radiação UV:


  • Sempre que possível, evite o sol do meio-dia (meio da manhã até ao fim da tarde)

  • Deve proteger-se da radiação UV reflectida pela areia, água, neve e gelo: as radiações UV "atravessam" as roupas leves, os vidros do carro e as janelas

  • Use mangas compridas, calças, chapéu de aba larga e óculos de sol com lentes que absorvam os raios UV

  • Use sempre protector solar, pois pode ajudar a prevenir o cancro de pele, especialmente se o protector solar tiver um factor de protecção solar (SPF) igual ou superior a 15; ainda assim, o sol do "meio-dia" deve ser evitado e deve usar roupas que protejam eficazmente a pele

  • Não utilize lâmpadas solares nem câmaras de bronzeamento (solários); ao contrário do que se possa pensar, estas fontes de radiação não são mais seguras que a luz directa do sol

  • Proteja-se do sol.

Radiação ionizante

A radiação ionizante pode causar danos na pele que levam à formação de tumores. Este tipo de radiação provém de raios que entram na nossa atmosfera (terrestre), vindos do espaço exterior, poeiras radioactivas, gás radão, raios-X, entre outras fontes.

As poeiras radioactivas podem provir de acidentes de fábricas de energia nuclear ou da produção, teste ou uso de armas radioactivas. As pessoas expostas às poeiras radioactivas, apresentam um risco aumentado de ter cancro, especialmente leucemia e cancros da tiróide, mama, pulmão e estômago.

O radão é um gás radioactivo que não se vê, não se cheira e não tem sabor. Forma-se no solo e nas rochas. As pessoas que trabalham em minas podem estar expostas ao gás radão. Em algumas zonas do país, encontra-se radão. As pessoas expostas ao radão apresentam um risco aumentado para terem cancro do pulmão.

Alguns procedimentos médicos são uma fonte de radiação:

Os médicos usam a radiação (raios-X de baixa dose) para fazer imagens do interior do nosso corpo (radiografias). Estas imagens ajudam a diagnosticar, por exemplo, ossos partidos, entre outros problemas.

Os médicos usam, também, a radioterapia para tratar o cancro (radiação de dose elevada, emitida por grandes máquinas ou por substâncias radioactivas). O risco de cancro, a partir de raios-X de baixa dose, é extremamente pequeno. O risco da radioterapia é ligeiramente maior. Para ambos, o benefício é quase sempre superior ao pequeno risco.

Se pensa que está em risco de cancro, devido a radiações, deve falar com o médico.

Fale com o médico ou dentista acerca da necessidade de fazer um raio-X; deverá, também, pedir que seja utilizada protecção nas partes do corpo que não necessitem de aparecer, em detalhe, na imagem.

As pessoas com cancro devem falar com o médico, relativamente à possibilidade do tratamento com radiação (radioterapia) poder aumentar o risco de, mais tarde, ter um segundo cancro.

Determinados químicos e outras substâncias

Pessoas com determinados empregos (pintores, trabalhadores da construção civil e da indústria química), apresentam um risco aumentado para desenvolver um tumor. Muitos estudos demonstraram que a exposição ao amianto, benzeno, cádmio, níquel ou cloreto de vinilo, no local de trabalho, podem causar cancro.

Siga sempre as instruções e conselhos de segurança, para evitar ou reduzir o contacto com substâncias perigosas, tanto no emprego como em casa. Apesar de o risco ser maior para trabalhadores com anos de exposição, também em casa deverá ter cuidado, quando manipula pesticidas, óleo de motor usado, tinta, solventes e outros químicos.

Determinadas hormonas

Os médicos podem recomendar tratamento com hormonas (apenas estrogénio ou estrogénio com progesterona), para ajudar a controlar alguns problemas que podem surgir durante a menopausa, como afrontamentos, secura vaginal e enfraquecimento dos ossos. No entanto, alguns estudos demonstram que a terapêutica hormonal, na menopausa, pode causar efeitos secundários graves: pode aumentar o risco de cancro da mama, de enfarte do miocárdio, de acidente vascular cerebral ou formação de trombos (pequenos coágulos de sangue que podem entupir veias ou artérias).

Uma mulher que esteja a pensar fazer terapêutica hormonal, na menopausa, deve discutir os possíveis riscos e benefícios com o médico.

Álcool

Beber mais de duas bebidas alcoólicas por dia, durante muitos anos, pode aumentar a probabilidade de desenvolver cancro da boca, da garganta, do esófago, da laringe, do fígado e da mama. O risco aumenta com a quantidade de álcool que uma pessoa bebe. Na maioria destes cancros, o risco é mais elevado se a pessoa também fumar.

As pessoas que bebem, devem fazê-lo com moderação: significa não beber mais do que uma bebida alcoólica por dia, nas mulheres e não mais que duas bebidas alcoólicas por dia, nos homens.

Dieta pobre, falta de actividade física ou excesso de peso

As pessoas que têm uma dieta pobre, que não praticam actividade física suficiente, ou que têm excesso de peso, podem ter um risco aumentado para vários tipos de cancro. Por exemplo, alguns estudos sugerem que as pessoas cuja dieta é rica em gorduras, têm um risco aumentado para cancro do cólon, do útero e da próstata. Por outro lado, a falta de actividade física e o excesso de peso, são factores de risco para cancro da mama, do cólon, do esófago, dos rins e do útero.

Fazer uma dieta rica em frutas e vegetais.

Fazer uma dieta saudável, ser fisicamente activo e manter um peso adequado, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver cancro. Para tal, o médico sugere:

  • Comer bem: uma dieta saudável inclui muitos alimentos ricos em fibra, vitaminas e minerais: inclui pão e cereais integrais e 5 a 9 doses de fruta e vegetais, todos os dias. Uma dieta saudável significa, também, limitar os alimentos ricos em gordura, como manteiga, leite gordo, fritos e carne vermelha (vaca, porco).


  • Ser activo e manter um peso adequado: a actividade física pode ajudar a controlar o peso e a reduzir a gordura corporal. A maioria dos investigadores concorda que um adulto deve fazer actividade física moderada, tal como andar energicamente, durante pelo menos 30 minutos, em 5 ou mais dias da semana.

Fontes:

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Daltonismo



O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.


O distúrbio, que era desconhecido até ao século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X contenham o gene anómalo).



Os portadores do gene anómalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda de função parcial ou total destes, normalmente associada à diminuição de pigmento nos fotoreceptores que deixam de ser capazes de processar diferencialmente a informação luminosa de cor.


Genética

A mutação genética que provoca o daltonismo sobreviveu pela vantagem dada aos daltónicos ao longo da história evolutiva. Essa vantagem advém, sobretudo, do facto de os portadores desses genes possuírem uma melhor capacidade de visão nocturna, bem como maior capacidade de reconhecerem elementos semi-ocultos, como animais ou pessoas disfarçadas pela sua camuflagem.



Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados no cromossoma X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais frequentemente nos homens que nas mulheres. Estima-se que 8% da população seja portadora do distúrbio, embora apenas 1 % das mulheres sejam atingidas.



No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D, bastará um simples gene recessivo para que ele seja daltónico, o que não acontece com o sexo feminino pois, para ser daltónica, uma mulher precisa ter os dois genes recessivos dd.

  • Se a mãe não for daltónica nem portadora (DD) e o pai possuir visão normal (D), nenhum dos descendentes será daltónico nem portador.

  • Se a mãe possuir visão normal (DD) e o pai for daltónico (d), nenhum dos descendentes será daltónico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd).

  • Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), há a probabilidade de 50% dos filhos serem daltónicos e 50% das filhas serem portadoras do gene.

  • Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai for daltónico (d), 50% dos filhos e das filhas serão daltónicos.

  • Se a mãe for daltónica (dd) e o pai possuir visão normal (D), todos os filhos serão daltónicos (d) e todas as filhas serão portadoras (Dd).

  • Se a mãe for daltónica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas também serão daltónicos.


Curiosidades




  • O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como descrito num artigo publicado pela BBC Online;

  • Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores;

  • Durante a 2ª Guerra Mundial descobriu-se que os soldados daltónicos tinham mais facilidade para detectar camuflagens ocultas na mata;

  • Os daltónicos possuem uma visão nocturna superior a de uma pessoa com visão normal;

  • Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta que as pessoas de visão normal;

  • A maioria dos daltónicos não sabe que possui esta anomalia;

  • A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra;

  • O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo;

  • A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de europeus;

  • Os daltónicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores;

  • Normalmente as cores predilectas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas;

  • Para os daltónicos o arco-íris não possui 7 cores.

Fontes: